Canadá retalia imposto dos EUA sobre aço e alumínio com tarifas sobre US$ 30 bilhões em produtos dos EUA | tarifas Canadá | retaliação EUA | imposto aço

Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

O governo canadense anunciou medidas retaliatórias depois que as tarifas universais dos EUA sobre aço e alumínio entraram em vigor nesta terça-feira (12).

As tarifas do Canadá serão implementadas na quarta-feira (13) e terão como alvo CA$ 29,8 bilhões — o equivalente a R$ 120,26 bilhões — em produtos dos EUA, anunciou o Ministro das Finanças Dominic LeBlanc em uma coletiva de imprensa em Ottawa nesta terça-feira (12).

LeBlanc afirmou que as medidas têm como alvo produtos de aço e outros bens, como computadores e equipamentos esportivos. Elas serão implementadas juntamente com outras contratarifas do Canadá impostas no início deste mês, em resposta às tarifas dos EUA relacionadas à segurança de fronteira e ao fentanil.

LeBlanc acrescentou que essas tarifas são parte dos US$ 155 bilhões inicialmente anunciados em medidas retaliatórias, dos quais US$ 30 bilhões foram implementados no início de março.

“Não ficaremos de braços cruzados enquanto nossas icônicas indústrias de aço e alumínio são injustamente visadas”, pontuou LeBlanc.

As medidas envolvem a imposição de uma sobretaxa de 25% sobre US$ 12,6 bilhões em produtos de aço, US$ 3 bilhões em produtos de alumínio e US$ 14,2 bilhões em outros bens.

A União Europeia também anunciou contratarifas em resposta às tarifas de aço e alumínio dos EUA, a serem implementadas em abril. Outros países como o Reino Unido e a Austrália não anunciaram nenhuma medida de retaliação até agora.

As medidas dos EUA impõem uma sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O presidente dos EUA, Donald Trump, também levantou isenções anteriores em países como o Canadá, que a Casa Branca afirmou que “inadvertidamente” criaram “brechas” exploradas pela China e outros países.

Trump defendeu que fechar essa lacuna e reconstruir a capacidade de produção nacional é uma questão de segurança nacional.

A ministra das Relações Exteriores canadense, Mélanie Joly, acusou Trump de usar a segurança nacional como uma “desculpa”, comparando-a ao seu raciocínio para tarifas relacionadas à fronteira, que ela alegou ser baseado em “afirmações exageradas”.

“A desculpa mais recente é a segurança nacional, apesar do fato de que o aço e o alumínio canadenses aumentam a segurança dos Estados Unidos, e não a diminuem”, argumentou ela durante a coletiva de imprensa.

O Canadá é atualmente o maior fornecedor de aço e alumínio dos Estados Unidos. Uma grande parte das importações de aço canadenses também vem dos Estados Unidos, com o comércio de aço entre os dois países valendo US$ 20 bilhões, de acordo com a Canadian Steel Producers Association.

O principal centro de produção de aço no Canadá fica em Hamilton, Ontário, enquanto a província de Quebec é líder em alumínio.

Os setores empregam 150.000 trabalhadores em todo o Canadá e um emprego no setor de alumínio gera 13 empregos nos Estados Unidos, apontou o Ministro da Indústria canadense, François-Philippe Champagne, durante a coletiva de imprensa.

Trump, em seu primeiro mandato presidencial, impôs tarifas sobre aço e alumínio canadenses, usando o mesmo raciocínio. O Canadá respondeu na mesma moeda e impôs outras tarifas sobre produtos norte-americanos específicos.

Os dois países levantaram as barreiras quase um ano depois, após chegarem a um acordo para reprimir o dumping — comercialização de produtos a preços abaixo do custo de produção —  e o transbordo por outros países.

Em resposta às tarifas de Trump relacionadas à segurança da fronteira e ao fentanil, que entraram em vigor no início deste mês, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, declarou, na segunda-feira (10), que aplicaria uma sobretaxa às exportações de eletricidade para três estados dos EUA.

Trump respondeu no dia seguinte dizendo que o Canadá não deveria usar a eletricidade como uma “moeda de troca e ameaça” e que pagaria um “alto” preço por isso, ao mesmo tempo em que anunciou a duplicação das tarifas sobre o aço e o alumínio canadenses para 50%.

O assunto foi resolvido mais tarde no dia após um telefonema entre Ford e o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.

Ford afirmou que estava removendo a sobretaxa de eletricidade e os dois mencionaram que se encontrariam esta semana em Washington para discutir um acordo de livre comércio renovado entre Estados Unidos, México e Canadá (USMCA) antes de 2 de abril.

LeBlanc e Champagne também farão parte da viagem à capital dos EUA. LeBlanc disse que a discussão não será sobre renegociar o USMCA, mas sim sobre “baixar a temperatura” e diminuir as tarifas.

Champagne afirmou que diria à administração Trump que os mercados têm reagido nos últimos dias à incerteza trazida pelas tarifas, com trilhões perdidos em avaliações.

“Os mercados estão falando, a indústria está falando”, comentou Champagne. “Acho que precisamos encontrar uma maneira de diminuir o que vimos nos últimos dias, para voltar a uma situação em que possamos ter investimentos em ambos os lados da fronteira.”

Os Estados Unidos revelarão outra onda de tarifas em 2 de abril direcionadas a todos os seus parceiros comerciais, buscando reciprocidade.

O governo Trump já sinalizou descontentamento com uma série de políticas canadenses consideradas barreiras comerciais, como seu imposto nacional sobre vendas (GST) e seu Imposto sobre Serviços Digitais impactando gigantes da tecnologia dos EUA.

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