Estudo alerta para riscos do uso prolongado de analgésicos e anti-inflamatórios entre idosos

Os analgésicos e anti-inflamatórios são essenciais para o alívio de dores intensas e inflamações, sendo amplamente utilizados no tratamento de condições como artrite, artrose e outros problemas crônicos. No entanto, seu uso contínuo exige cautela devido aos potenciais efeitos colaterais.

O uso contínuo de analgésicos e anti-inflamatórios entre idosos pode trazer riscos significativos, conforme aponta um estudo publicado na Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia. A pesquisa analisou o consumo desses medicamentos entre idosos atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF) em Porto Alegre e identificou um uso elevado dessas substâncias.

Entre os 758 idosos avaliados, 28,8% faziam uso de anti-inflamatórios ou analgésicos. O paracetamol e o ibuprofeno foram os fármacos mais consumidos. A pesquisa indicou que doenças como artrite, artrose e reumatismo foram as principais razões para o uso desses medicamentos.

O estudo também revelou que idosos com pior autopercepção de saúde eram os que mais consumiam esses remédios.

A automedicação foi um dos problemas identificados. Muitos idosos tomavam esses medicamentos sem prescrição médica, aumentando o risco de efeitos colaterais e interações perigosas com outros fármacos.

A pesquisa destaca que o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como o ibuprofeno, pode levar a complicações como úlceras gástricas, hipertensão e insuficiência renal.

O paracetamol, apesar de amplamente recomendado, não está isento de riscos. Seu uso excessivo pode causar toxicidade hepática, principalmente em pacientes com doenças preexistentes no fígado. A pesquisa alerta que a dosagem em idosos deve ser cuidadosamente ajustada para evitar complicações.

Outro ponto importante identificado foi a polifarmácia, ou seja, o uso simultâneo de múltiplos medicamentos. Idosos que já fazem uso de outros remédios estão mais propensos a sofrer efeitos adversos ao introduzir analgésicos e anti-inflamatórios na rotina.

O estudo também apontou que o consumo desses fármacos é mais frequente entre mulheres. A maior prevalência de doenças osteoarticulares nesse grupo pode explicar essa diferença. Além disso, mulheres tendem a buscar mais atendimento médico e tratamento para dores crônicas.

A recomendação dos pesquisadores é que o uso de analgésicos e anti-inflamatórios seja sempre supervisionado por um profissional de saúde. A prescrição deve considerar fatores de risco individuais, evitando o uso prolongado sem monitoramento adequado.

A pesquisa reforça que “tornar a terapia medicamentosa da população idosa eficaz e racional é tarefa de todos os profissionais da saúde: médicos, farmacêuticos, enfermeiros e outros, que devem estar atentos à individualização do idoso e orientação da melhor terapia para esses indivíduos”.

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