O governo federal abriu diálogo com representantes dos setores de carnes, açúcar, etanol e biodiesel nesta quarta-feira (26) para discutir alternativas que possam conter a alta dos preços dos alimentos.
A primeira reunião ocorrerá nesta quinta-feira (27) no Ministério da Agricultura, em Brasília, e os debates seguirão na Casa Civil na próxima semana.
Foco na supersafra
A estratégia do governo se baseia no aumento da produção agrícola como forma de ampliar a oferta de alimentos no mercado interno e reduzir a pressão inflacionária.
Em um evento no dia 19 de fevereiro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou: “Nós temos uma expectativa de uma queda significativa no preço dos alimentos porque teremos uma supersafra.”
Para evitar distorções no mercado, o Palácio do Planalto descartou a adoção de medidas intervencionistas, como a taxação de exportações ou o estabelecimento de cotas.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou a indicar que deixaria o cargo caso houvesse imposição de restrições ao comércio exterior.
Parceria com o setor produtivo
O governo aposta no diálogo com representantes do agronegócio para alinhar interesses e criar incentivos que estimulem a produção.
Entre as propostas em análise estão medidas para facilitar o acesso a insumos e reduzir custos agrícolas, garantindo maior oferta de alimentos sem prejudicar a competitividade do setor.
A expectativa é que a supersafra e medidas de incentivo sejam suficientes para conter a alta de preços sem necessidade de restrições ao mercado.
Medidas complementares
Outro tema em discussão é o aumento da mistura de biodiesel no diesel, de 14% para 15%.
A medida, prevista para março, foi adiada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para evitar um impacto no preço do combustível estimado entre R$ 0,01 e R$ 0,02 por litro.
Apesar do potencial benefício para a pecuária, com o aumento da oferta de farelo de soja, o governo optou por cautela, priorizando a estabilidade do diesel no curto prazo.
Além disso, em janeiro, o governo anunciou a redução de impostos de importação sobre determinados produtos alimentícios para ampliar a oferta e tentar conter os preços.
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