O que você come hoje pode moldar o que você vai lembrar amanhã. Essa é a premissa de um estudo recente da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. A pesquisa revelou como escolhas alimentares aparentemente inofensivas podem traçar um caminho para a perda de memória e o declínio cognitivo.
O estudo, publicado na Neurology, mostrara que, muito além das calorias, os alimentos que colocamos no prato podem ser verdadeiros arquitetos do futuro do nosso cérebro.
Baseado em dados de mais de 130 mil pessoas acompanhadas ao longo de 43 anos, o estudo fornece um retrato preocupante: mais de 11 mil diagnósticos de demência registrados no período.
Para os pesquisadores, esses números reforçam uma verdade difícil de ignorar: os efeitos de uma dieta desbalanceada não aparecem de imediato, mas se acumulam silenciosamente ao longo das décadas.
Bacon no café da manhã, linguiça no churrasco, um hambúrguer suculento no jantar. Para muitos, esses alimentos são sinônimos de prazer. Porém, segundo os cientistas, também podem ser prejudiciais para o funcionamento cerebral.
A pesquisa revelou que o consumo frequente de carnes vermelhas processadas, como bacon, linguiça, salsicha, salame, presunto e mortadela, está ligado a um aumento de 13% no risco de demência
Uma única porção diária, como duas fatias de bacon ou um cachorro-quente, pode acelerar o envelhecimento cerebral em um ritmo equivalente a quase dois anos.
Mas o que torna a carne vermelha uma ameaça ao cérebro?
Os pesquisadores apontam para o TMAO, um composto gerado pela digestão da carne que contribui para o acúmulo de proteínas associadas ao Alzheimer.
Além disso, o alto teor de gordura saturada e sódio dessas carnes compromete a saúde das células cerebrais, dificultando sua regeneração.
Pequenas mudanças, grandes resultados
Antes de se despedir para sempre do churrasco, saiba que a solução não está no radicalismo, mas na substituição.
Trocar carnes processadas por peixes ricos em ômega-3, nozes ou leguminosas pode reduzir em até 20% o risco de demência, de acordo com o estudo.
“As diretrizes alimentares tendem a se concentrar na redução dos riscos de doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes, enquanto a saúde cognitiva é discutida com menos frequência, apesar de estar ligada a essas doenças”, afirma o pesquisador Daniel Wang, autor do estudo.
Uma nova perspectiva sobre o futuro
O objetivo da pesquisa é fazer com que as pessoas repensem o que coloam no prato, não apenas por uma questão de bem-estar imediato, mas como um investimento a longo prazo na vitalidade da mente.
Com isso, de acordo com os cientistaum almoço com salmão, grãos integrais e vegetais pode ser mais do que saboroso; pode ser um ato de cuidado com seu futuro.
Diante de um menu ou de uma escolha alimentar, fica a pergunta: “Essa refeição está beneficiando também o cérebro?”.
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