Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A exposição das delegacias de polícia secretas da China no exterior destaca uma ameaça significativa à segurança nacional e às liberdades civis.
É inquietante saber que o regime chinês é capaz de operar delegacias secretas em países estrangeiros para monitorar, assediar e controlar os cidadãos chineses que vivem no exterior – destinando recursos consideráveis para se concentrar naqueles que mais criticam o Partido Comunista Chinês (PCCh).
As operações da polícia secreta do PCCh vieram à tona em junho de 2021, quando o grupo de mídia sem fins lucrativos ProPublica revelou o programa Operation Fox Hunt de Pequim. Inicialmente considerado uma espécie de programa chinês de caçadores de recompensas, os Estados Unidos e vários outros países agora o veem como uma força policial global. Esse programa, aparentemente voltado para o combate à corrupção, agora é visto como uma fachada para atingir e coagir dissidentes e críticos do PCCh a retornar à China. De acordo com o grupo de direitos humanos Safeguard Defenders, essas atividades estão em andamento em mais de 50 países, incluindo os Estados Unidos, o Canadá e várias nações europeias.
Em 12 de fevereiro, o Comitê de Segurança Interna da Câmara dos EUA divulgou um “China Threat Snapshot” atualizado, detalhando os casos de espionagem e repressão transnacional conduzidos pelo PCCh em solo americano. O relatório enfatizou a preocupação com a crescente ameaça representada por essas operações secretas e seu potencial para minar a soberania e a segurança nacional dos EUA.
O caso judicial mais recente relacionado a essas atividades ocorreu em Nova Iorque, onde Lu Jianwang e Chen Jinping foram acusados de trabalhar em nome do Ministério de Segurança Pública da China, violando a Lei de Espionagem em dezembro de 2024. Os dois homens foram presos por supostamente criarem uma delegacia secreta usada para rastrear e intimidar dissidentes chineses que vivem nos Estados Unidos, com o objetivo de coagi-los a retornar à China.
Operações como essa em Nova Iorque têm um efeito assustador sobre a população chinesa em todo o país, sufocando a liberdade de expressão e inibindo as pessoas de expressarem opiniões divergentes sobre o PCCh. Como resultado, os próprios princípios de liberdade e democracia que os Estados Unidos defendem são ameaçados.
Além disso, essas operações têm implicações significativas para a segurança nacional dos EUA. A natureza secreta dessas delegacias de polícia as torna centros em potencial para atividades de espionagem. Ao reunir informações sobre dissidentes chineses e outros alvos, o PCCh pode obter informações valiosas sobre as políticas e estratégias dos EUA. Essa inteligência pode ser usada para influenciar a política dos EUA, moldar a opinião pública e obter vantagens estratégicas em negociações internacionais.
A resposta global às estações de polícia secreta do PCCh tem sido variada, com os aliados dos EUA expressando preocupação e tomando medidas para resolver o problema.
Nações aliadas, como a Austrália e o Reino Unido, também relataram operações secretas semelhantes em seu território. Essas atividades têm tensionado as relações diplomáticas e levantado questões sobre a melhor forma de responder à crescente influência da China no exterior. Semelhante aos resultados das organizações de inteligência dos EUA, a Australian Security Intelligence Organization (ASIO, Organização Australiana de Inteligência de Segurança) identificou vários casos de interferência chinesa, inclusive o uso de delegacias de polícia secretas para monitorar e intimidar cidadãos chineses.
Em resposta, o governo australiano implementou regulamentações mais rígidas e aumentou os esforços para combater a interferência estrangeira. O diretor geral da ASIO, Mike Burgess, afirmou que a Austrália não aceitará nenhuma forma de interferência estrangeira e que se dedica a proteger os direitos e as liberdades de seu povo.
O Reino Unido também tomou medidas para resolver esse problema. As autoridades britânicas iniciaram investigações sobre supostas delegacias secretas operando dentro de suas fronteiras e pediram maior cooperação internacional para combater a ameaça. A então secretária do Interior, Priti Patel, enfatizou a importância de colaborar com os aliados para proteger os cidadãos da interferência estrangeira.
No Canadá, a Real Polícia Montada do Canadá (RCMP, na sigla em inglês) tem investigado ativamente as supostas delegacias secretas chinesas. Em outubro de 2022, a RCMP anunciou que estava investigando relatos de que essas estações estavam operando na área da Grande Toronto, incluindo locais em Markham e Scarborough. As investigações foram ampliadas para incluir Vancouver e Montreal, onde atividades semelhantes foram relatadas. Em junho de 2023, a RCMP informou ter encerrado as atividades policiais ilegais ligadas a essas estações em Ontário, Quebec e Colúmbia Britânica.
As Nações Unidas expressaram preocupação com os relatos de delegacias de polícia secreta chinesas operando no exterior e com a ameaça de minar o direito internacional e os direitos humanos. Além disso, vários estados membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU levantaram preocupações com relação a essas atividades extraterritoriais.
Em 2022, a então alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, solicitou uma investigação sobre as alegações de assédio e coerção pelas delegacias de polícia secreta chinesas e enfatizou a necessidade de transparência e responsabilidade.
As delegacias de polícia secreta da China no exterior representam uma ameaça complexa à segurança nacional, às liberdades civis e às relações internacionais. Nos Estados Unidos, os recentes processos judiciais e relatórios do Congresso destacam a necessidade urgente de agir para proteger os direitos e as liberdades dos cidadãos chineses que vivem no exterior.
À medida que todas as nações afetadas lidam com a ameaça representada pelas delegacias de polícia clandestinas do PCCh, é fundamental que a comunidade internacional se una e desenvolva estratégias eficazes para combater a interferência estrangeira e defender os valores democráticos.
As opiniões expressas neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times
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